Curtas: Stardew Valley
Harvest Moon é uma franquia de simulação de fazendinha criada
por Yasuhiro Wada, lá em 1996.
Desde então, diversos títulos da franquia foram criados e o gênero ficou
deveras popular.
Lembro, especificamente, de quando todos os meus amigos jogavam Colheita Feliz
no Orkut e passavam o dia comentando sobre o jogo, enquanto eu morria de
vontade de jogar, porém eu absolutamente nunca consegui fazer uma conta na
famigerada rede para minha pessoa.
Infelizmente, eu tinha que passar meus dias na locadora perto de casa jogando
GTA San Andreas, enquanto meus amigos se divertiam em jogos de verdade.
Sério, olha esses gráficos? A história é incrível e a trilha sonora, então? |
Acontece que, alguém que era muito fã dessa antiga franquia resolveu criar seu
próprio Harvest Moon.
Esse alguém chama-se Eric Barone, cujo pseudônimo é ConcernedApe. Esse cara
desenvolveu, durante quatro anos, Stardew Valley, completamente sozinho.
Sim, ele fez a parte gráfica, animações, diálogos, programação, músicas,
tudinho, tudinho.
E pra quem já jogou, se impressiona: é um game muito detalhado, com
personagens fantásticos, segredos muito bem escondidos e uma jogabilidade
impecável.
Ele não apenas copiou a fórmula de Harvest Moon, como a aprimorou, fazendo com
que seu jogo se tornasse, na minha humildíssima opinião, MUITO superior à
franquia original.
Mas pra quem nunca jogou, vamos ao review.
O protagonista, que pode ser criado do zero pelo jogador, vive na cidade
grande, trabalha em um emprego chato ao lado do Woody do Toy Story e do Mario
(você sabe quem), até que recebe uma carta do papai Noel seu
avô.
Ele, já bastante adoentado, decide lhe dar sua antiga fazenda no interior.
Porém, como já estava abandonada, o trabalho do seu neto não seria fácil, já
que teria que reconstruir toda a fazenda.
Obviamente, não sozinho, já que os vários moradores do vale o ajudariam de
diversas maneiras cobrando um precinho justo, é claro.
A partir desse ponto, o jogo começa.
A história é bem básica de Harvest Moon até esse ponto, mas logo somos
introduzidos a diversos mistérios que cercam esse carismático vilarejo: um
torre de mago na floresta, umas criaturinhas esquisitas no antigo Centro
Comunitário, as cavernas perigosas e cheias de monstros.
E além de tudo isso, também podemos decidir o futura do comércio local,
escolhendo reconstruir o centro comunitário e ajudar o pequeno armazém do
Pierre, ou ficar do lado da poderosa Joja, um supermercado que tem o poder de
falir qualquer concorrente que entre em sua frente.
É possível andar, correr e atacar, utilizar ferramentas, sendo elas: machado, para
quebrar árvores e objetos de madeira; picareta, que pode quebrar pedras,
minérios e outros objetos que o machado não pode; enxada, que pode cavar para
arar a terra e plantar sementes ou cavar em locais específicos que podem
possuir alguns recursos, geralmente sinalizados por minhoquinhas no chão.
Também existem varas de pescar que, bem, o nome já diz o que podem fazer.
Espadas de diversos tipos e tamanhos, que podem atacar monstros e cortar mato.
Foices que podem cortar algumas plantações específicas e também podem cortar
mato, sendo que, caso possua um silo, com as foices o mato se torna alimento
para os bichos.
Existem também algumas ferramentas mais específicas, como balde para tirar
leite das vacas, tesoura para corta lã das ovelhas, e por aí vai.
A maioria das ferramentas também causam dano (tirando essas últimas que
citei), porém, tirando as foices e espadas, todas elas gastam a barra energia ao serem utilizadas, além do pouco dano que causam comparadas às espadas.
Falando em barras de energia, vamos ao leyout.
No canto superior direito existe um relógio que marca as horas e o período do
dia, um quadro que marca o dia da semana e a data, mais abaixo informa o clima
e a estação, o quadro de dinheiro e uma exclamação, que mostra as missões
ativas e as que já foram concluídas.
Na parte de baixo da tela há a barra de itens, que funciona da mesma maneira
que em Minecraft, por exemplo.
O inventário é bastante limitado, podendo ser expandido com melhorias de
mochila.
Também é possível equipar itens encontrados nas cavernas, como camisas,
calças, botas e anéis, que podem melhorar os status do personagem, como dano,
defesa, velocidade de ataque e de movimento, por exemplo.
Existe uma imensa gama de crafting, sendo que novos objetos são desbloqueados ao atingirem níveis específicos em suas respectivas habilidades.
O ano do jogo é dividido em quatro meses de 28 dias cada, sendo cada mês a
representação de uma das estações, o que interfere no que pode ser plantado,
no que pode ser encontrado no mapa, no comportamento dos npcs e em tantos
outros aspectos.
Cada estação possui suas festividades e eventos próprios, sendo bem espalhados
pelo calendário, fazendo cada mês ser bastante peculiar e único.
Todos os npcs possuem data de aniversário. Um aspecto bem importante do jogo é
a criação de laços com esses npcs. Cada um tem um gosto único, sendo bastante
útil dar um presente que lhe agrade duas vezes por semana. Nos aniversários,
esses presentes lhes agradam ainda mais.
Existe uma gama de personagens casáveis, entre homens e mulheres. Alguns mais
fáceis, outros mais difíceis de serem conquistados.
Stardew Valley possui vários aspectos bem distintos, dos quais o jogador pode
evoluir em suas habilidades. Dentre eles estão: combate, que evolui ao lutar
contra monstros; coleta, que evolui ao pegar coisas espalhadas no mapa;
mineração, que evolui ao quebrar pedras e minérios; pesca, que, como o nome
já diz, evolui ao pescar e, por fim mas não menos importante, agricultura, que
evolui ao colher o que você plantou.
A quantidade de itens que podem ser adquiridos é gigantesca e, acredite em
mim, é sempre bom guardar pelo menos um ou dois de cada, por mais que seja
lixo. Quase tudo tem utilidade nesse jogo.
Um dos principais objetivos desse jogo é reconstruir o centro comunitário da
vila dentro de três anos. Para isso, é preciso conseguir itens específicos
para reconstruir cômodo por cômodo.
Por exemplo, existe um cômodo que exige que você colete diversos tipos de
peixes, sendo separados por categorias, como peixes de água doce, de água
salgada, noturnos e por aí vai. Outro cômodo exige itens de coleta, outro pede
itens proveniente de animais, como leite, queijo, ovos.
Ao fim dos três anos, seu progresso será avaliado, porém, o jogo não tem um
"fim" propriamente dito, sendo possível continuar jogando após isso, mas sem
grandes novidades.
Esse é, possivelmente, o meu indie favorito. É incrível como somente um cara fez esse jogo do zero, e como o jogo, mesmo completando seu sétimo ano em 2023 consegue se manter novo, atualizado, com uma enorme fanbase e, além de tudo, não se tornando datado.
É um jogo impressionante em todos os aspectos. E não, eu nunca fui um grande fã de Harvest Moon, mas me tornei fã incondicional de Stardew Valley.
Aguardo ansiosamente por Witchbrook, da mesma publicadora de Stardew Valley, com um conceito beeeeem bacada: imagina um Stardew só que de Harry Potter. Que doido, véi, tô muito ansioso.
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